sexta-feira, 7 de março de 2014

O DIREITO DE SER DIFERENTE NO AMBIENTE ESCOLAR


Hoje existe a dificuldade da pessoa com surdez não ter seu potencial priorizado no ambiente escolar, não é considerado e nem entendido, fazendo parte de um grupo de pessoas excluídas. Por mais que existam documentos e leis visando a inclusão dos alunos que tem surdez, os mesmos muitas vezes não são colocados em prática. A muitas perguntas que precisam ser analisadas no ambiente escolar, onde é necessário ter flexibilidade para que a pratica na escola apresente melhores condições de aprendizado para aluno que tem surdez.
Acreditamos na nova Política Nacional de Educação Especial, numa perspectiva inclusiva que tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência. É preciso: desenvolver estratégias para melhorar a qualidade de todo o ambiente escolar para todos os alunos com ou sem deficiência,  organizar um ambiente no qual os alunos se sintam acolhidos, seguros e apoiados, fortalecer a interação entre os alunos que tem surdez e os ouvintes,  participar de todas as atividades propostas, promover o sentimento de que pertence aquele ambiente e assim favorecer a amizade entre eles, como também desenvolver a colaboração entre os pais e os professores e entre estes docentes e outros funcionários da escola, apoiar e incentivar atitudes positivas ou seja não ver a pessoa com surdez  ou outra dificuldade como deficiente, pois não é. O aluno que tem surdez pensa, raciocina e precisa de uma escola que explore suas capacidades, em todos os sentidos. O problema da educação das pessoas com surdez, não pode continuar sendo centrado nessa ou naquela língua, o fracasso do processo educativo é um problema da qualidade das práticas pedagógicas. Em escolas que não organizam situações de aprendizagem, estes espaços não consideram as diferenças dos alunos, não garantem a participação efetiva de todos em todas as práticas educativas, não levam em conta as particularidades de cada aluno e também o professor não respeita os diferentes ritmos de aprendizagem, não favorecendo atividades em grupos, não tendo cuidado ou interesse no potencial e a capacidade que estes alunos possuem. A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva 01/2008 propõe a mudança de valores, atitudes e práticas educacionais para atender a todos os estudantes, sem nenhum tipo de discriminação, assegurando qualidade na educação. É preciso acreditar no potencial natural que esses alunos têm, independente de sua deficiência. O AEE PS, na perspectiva inclusiva, estabelece como ponto de partida a compreensão e o reconhecimento do potencial e das capacidades desse ser humano, vislumbrando o seu pleno desenvolvimento e aprendizagem. No ambiente de inclusão é imprescindível  que o professor e o aluno com surdez interajam com a sala de aula. Que produzam, pela de conhecimentos, por meio de novas práticas metodológicas, com estratégias e recursos de ensino. A escola que é inclusa, sabe que precisa rever práticas pedagógicas, não porque tem a presença de um aluno que tem surdez na sala de aula, mas porque compreende que precisa levar em consideração a diferença de seus alunos.
Precisamos acreditar que a educação inclusiva é possível, uma educação sem preconceitos, que a pessoa com surdez possa acreditar em seu potencial e de que todos somos iguais, que seus processos perceptivos, linguísticos e cognitivos poderão ser estimulados e desenvolvidos, tornando-se capazes, produtivos e constituídos de várias linguagens, com potencialidade para adquirir e desenvolver, ler e escrever as línguas em seu ambiente, e se quiser  também falar, enfim com direito a uma educação de qualidade.


Referência
DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010. p.46-57.